segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Despreparados para o Namoro

   Despreparados, essa palavra resume bem a atual geração de jovens (entre 18 e 30 anos) que reclamam da dificuldade em encontrar uma pessoa para namoro sério.  Note que eu não escrevi “jovens gays” e sim jovens, e o motivo disso é simples, porque isso não acontece somente com jovens gays, mas com os jovens heteros também.
   É visível que as pessoas entre 18 e 30 anos encontram cada vez mais dificuldades em manter um relacionamento de longo prazo, ou mesmo que ultrapasse a barreira dos 6 meses por exemplo, isso quando chegam nela.  Essa situação é presente na vida dos membros dessa geração devido alguns fatores sociais que interferem diretamente em como essas pessoas notam e interagem com o mundo. Claro que temos uma situação mais favorável aos jovens héteros, que não precisam lidar com a questão da aceitação da sexualidade e todos os outros problemas que vem com ela.
   Dito isso, irei comentar os fatores sociais que acredito dificultam a vida das pessoas que procuram a sua cara metade para um relacionamento sério. Mas como nosso objetivo aqui é tratar de temas do mundo G irei falar mais sobre este.

   É evidente que estamos evoluindo exponencialmente no que diz respeito à tecnologia, a comunicação nunca foi como é hoje; ligações “infinitas” por 25 centavos (rsrs), sms’s, e-mails, twitter (já tem até verbo – twittar), facebook, Skype (ligação com vídeo e voz). Podemos dizer que a internet (redes sociais) e aparelhos portáteis (smartphones, tablets e outros) mudaram a maneira como interagimos com o mundo a nossa volta. Estamos cada vez mais isolados, nos comunicando na maioria das vezes por redes sociais, ligações e sms’s do que pessoalmente e isso esta afetando nossas habilidades sociais, interferindo diretamente no modo como vivemos e interagimos com os outros. Simplificando estamos cada vez hábeis em relacionamentos virtuais e menos nos reais, e mais isolados e egoístas, menos sociáveis e propensos a aceitar diferenças.
   A auto aceitação, sem ela dificilmente uma pessoa terá base solida o suficiente para manter um
relacionamento sério, isso por que quem ainda não se aceitou por completo tem aquele complexo de “gay superior” que gera vários problemas no relacionamento, como insistência em esconder essa relação de todos ou a mania de achar que os outros gays são todos bichinhas e inferiores, por exemplo.

   No relacionamento familiar, a falta de coragem ou a inabilidade em resolver conflitos gerados pela condição da sexualidade acarreta quase sempre um resultado nada animador. Pense bem, como uma pessoa quem tem problemas de relacionamento com os pais (principalmente) poderá manter um relacionamento? A menos que seja uma pessoa que goste de esconde-esconde, seja hábil em inventar mentiras e tenha traços de sociopatia (que não se importe em mentir para os familiares), acredito que as coisas fiquem bem difíceis para ter um relacionamento amoroso e viver bem em família.
   A falta da independência e estabilidade financeira atrapalha quase sempre, pois pra viver gasta-se dinheiro de uma maneira ou outra. Ok, o dinheiro não traz felicidade, mas ainda é necessário alimentar-se, vestir-se, locomover-se, divertir-se uma vez ou outra, pois ninguém é de ferro. Fora o gasto com moradia e estudos e falando nesses dois pontos, é fundamental para quem quer ter um relacionamento duradouro, saber que são raros os pais que deixam seu filho gay namorar debaixo dos seus tetos. Por isso digo que romper a barreira da dependência dos pais é essencial para quem quer namorar, além de que sair da casa dos pais possibilita uma infinidade de experiências que não seriam possíveis na zona de conforto da casa da família. Lembrado, que isso só é aconselhável para maiores de 18 anos que tenham condições de se manter financeiramente, etc.
Quando se fala em afetividade e sexualidade, é preciso pensar no que realmente está procurando e deixar bem claro para a outra pessoa. Não confunda o desejo de ter alguém ao lado; um companheiro, um amigo, um amante com o desejo de ter apenas um parceiro sexual. Com o primeiro você pode ter uma vida afetiva e sexual seguras, com o segundo você provavelmente não terá as características do primeiro. E também se deve ter em mente que o conceito de que homens são exclusivamente sexuais e não emocionais é balela do século passado, esqueça isso.

Sex full time!
   É de vital importância desligar-se da ideia que se o sexo acaba o relacionamento vai junto, não há como estarmos diariamente durante meses e anos a fio dispostos a transar para provar um sentimento amoroso, isso não só é impraticável biologicamente falando como também não ajuda em nada.
Essa ideia que é promovida n mundo G de que se o sexo acabou é melhor partir pra outra, não só é rasa/superficial quanto não ajuda em nada no relacionamento. Todos os casais passam por altos e baixos na vida sexual, qualquer pessoa pode mandar muito bem no sexo em um dia e no outro não estar disposto devido a vários fatores, e exigir desejo e alto desempenho sexual 24 horas por dia durante anos a fio não só é absurdo como também desumano.

   Se uma pessoa que está no ponto do desenvolvimento sexual em que necessita explorar todas as possibilidades que se apresentam, recomendo que curta esse momento (com inteligência e segurança para sua saúde) e deixe para mais tarde um relacionamento mais sério, pois evitará vários problemas não só para outra pessoa, mas também para si mesma.

   Acredito que sejam esses os principais pontos que dificultam os relacionamentos para a atual geração de jovens, espero que eu tenha me feito entender e que isso lhes ajude a perceber o que está atrapalhando um possível relacionamento que você tanto almeja.

 Lembre-se é mais fácil cultivar o seu jardim primeiro para depois atrair as borboletas, do que ficar esperando que as borboletas que povoam o jardim do seu vizinho percebam o seu, que se quer é irrigado...

Espero que tenham gostado do post e que exponham sua opinião a respeito nos comentários. Abraço...