quinta-feira, 1 de maio de 2014

Gays não, G0ys!

Nas ultimas semanas eles estão em alta na mídia, e estão dando o que falar.  Ops! Eles não gostam muito do termo "dar", sorry g0ys! 

  Para aqueles que não estão familiarizados com o tempo G0ys, eu explico: são homens que se relacionam com outros homens. Rola beijo, pegação, masturbação, inclusive sexo oral, e pode até acontecer um "bromance", um romance entre "brothers" (amigos/irmãos). Tudo isso sem penetração (sexo anal), e por isso eles não se consideram gays e sim heterossexuais.

  Pessoalmente acredito que os adeptos desse movimento ainda não se resolveram afetiva e sexualmente. São homens (gays e bi's) em conflito com a educação heterossexual à que foram submetidos desde pequenos, com as próprias crenças e pela forma como a sociedade vê quem é homossexual.


   Digamos que devido à pressão social falta coragem para exercitar a sexualidade, e se existe a prática sexual (mesmo não admitida) falta a coragem de se assumir gay ou bi, por isso inventaram esse termo "não gay", ou g0y, gay=0.

   Se ser g0y fosse somente o que foi descrito acima, eu até diria que é relevante. Digo isso porque sou defensor dos direitos individuais, ainda mais quando se fala em liberdade de pensamento e direito à intimidade. Entretanto, os g0ys não só "não" se reconhecem como homossexuais, como são em número significativo contra o comportamento e cultura gay. Argumentam que os gays modernos "denegriram" o relacionamento entre homens.

   Existem alguns questionamentos necessários a se fazer nesse exato ponto.  Quem deu à esse grupo a tutela dos relacionamentos entre homens? Quem disse e provou que ter certo comportamento (heterossexual) é melhor ou necessário e por quê?
   Provavelmente essas pessoas por terem, assim como nós que, enfrentar e viver em sociedades machistas e preconceituosas, sociedades essas que são formadas pela "maioria" que  comportamentos, acreditam que estão fazendo algo bom. Pensam que podem ser heterossexuais e "brincar" um pouquinho com os brothers de vez em quando e não ter que se reconhecer gays por isso. 

   Concordo plenamente com a parte dos joguinhos sexuais entre pessoas de mesmo sexo, já com a parte de não ser considerado gay por isso, em parte. Acredito que esse comportamento de querer exercitar a afetividade e sexualidade, mas não querer ser reconhecido como gay é justificável até certo ponto (por causa do preconceito). Entretanto, quando isso acontece acompanhado de repudio ao movimento gay e ao próprio indivíduo que se reconhece como gay, me parece um ato de covardia e de ódio.

Quando digo covardia, quero dizer que essas pessoas
querem desfrutar de tudo o que o pleno exercício da  afetividade e sexualidade podem proporcionar, inclusive querem ser respeitadas assim como os gays, mas não tem coragem de enfrentar as consequências de suas escolhas por isso insistem em dizer que não são gays e sim heteros.

Um ato de ódio porque ao invés de combater o preconceito, estão reforçando o mesmo, tratando quem é gay, o seu modo de ser e a sua cultura como inferior. Essa não é a saída, e esse tipo de movimento é sim covarde e de ódio, e como tal merece repudio, não só de quem é gay, mas de quem acredita e é a favor da proteção dos direitos humanos.

Enfim. Apesar de não concordar com o discurso de superioridade g0y e seu repúdio à quem é gay, acredito que eles tem o direito de expressar suas ideias (com respeito), mesmo que os ideais dos g0ys destoe do que busca o movimento gay, "respeito e igualdade de direitos".
Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las. - Voltaire.

Comentem!

Mr. FG